26/03/2017

A FELICIDADE E A RELIGIÃO.


Por: Adilson Teixeira de Godoy
Médium do Colégio Sacerdotal da Ordem de Melquesedeque
Filosofia Cósmica do Poder Divino Integralizado

Aprendemos que a religião existe para trazer felicidade.
Deus nos criou e nos colocou no mundo e fez isso por puro amor, portanto quer a nossa felicidade. Ele nos deu a vida plena, com todos os órgãos do corpo funcionando perfeitamente e um incrível mecanismo mental, sofisticado, com um desenvolvimento evolutivo físico, igual para a maioria das criaturas. Padronizou o corpo físico, os cérebros, não só dos seres humanos, mas de todos os seres criados em suas raças e espécies. Criou o mecanismo da reprodução, e a força Angélica, nos semeou no processo evolutivo, junto com o nosso anjo da guarda, para aprendermos a sentir todas as sensações e vivermos plenamente todos os reinos da natureza dentro do nosso próprio corpo, que carrega no seu interior, elementos naturais, como fósforo, ferro, cálcio, etc.  O corpo humano já foi dissecado por cientistas antigos e modernos, fotografado e computadorizado, sendo objeto de estudo e dedicação de cientistas, tentando descobrir “algo mais”, além do que já sabem e do que não admitem.

Deus não pode ser responsabilizado pelos erros das pessoas, como causador do sofrimento, da injustiça e da dor, como se não tomasse conhecimento pelos caminhos que os seres procuraram para sobreviver. Existem pessoas que não acreditam no livre arbítrio, dizendo que somos conduzidos pela massa social, pelas leis sociais, pelas religiões e sistemas filosóficos, e que não temos condições de abrir mão da vida na sociedade em que vivemos. Isto não tem nada a ver com o livre arbítrio.

Neste exato momento que você está lendo este artigo, se resolver se levantar e fazer aquilo que lhe der na cabeça, você o fará. O campo de desejo é pessoal e intransferível, independente da sua organização social. Tudo na vida depende da escolha que você faz. A decisão e a escolha são suas. A forma como você vai dirigir a sua vida é que tem muito a ver como você se comporta (se ao dirigir seu carro, você andar na faixa certa, respeitar os sinais, as placas de velocidade, dirigir com atenção, não será multado e terá muito mais possibilidades de chegar ao seu destino em paz, do que se sair por aí dirigindo como um maluco ou embriagado por algum tóxico ingerido ou aspirado). A nossa vida depende do caminho que tomamos, dos aconselhamentos que ouvimos quando jovens, das escolhas que fazemos e do modo como escolhemos para viver.

“Amar a Deus sobre todas as coisas". Respeitar a família, dar atenção as pessoas que nos procuram, ser atento e atencioso com todos, principalmente no trabalho, respeitando o espaço e a individualidade dos outros, é um aconselhamento que deve ser seguido, porque é muito valioso e vale uma boa reflexão.

O cuidado na comunicação é muito importante, principalmente dentro da família. O respeito deve começar dentro de casa. Se você tem esta consciência, cresça com essa noção de responsabilidade e carinho, assim, você terá conseguido dar um grande passo em relação à felicidade pessoal, sem precisar de religião nenhuma.

Se a religião entrar em sua vida, para atemorizá-lo e isso lhe causar problemas, não terá nenhum sentido e utilidade para você. Se a religião que seus pais lhe ensinaram, apresentar dúvidas para salvação de sua alma, pense mil vezes antes de optar por ela. Se eles insistirem, você poderá dizer sinceramente: - “Sabe de uma coisa, até aqui eu acreditei na sua religião, em tudo que você me ensinou, mas não vejo mais muita lógica, os conceitos são obscuros, misteriosos, não torna nada claro e na realidade até hoje não me explicou nada, a não ser me chamar de pecador, pecador, pecador”.

Nunca vire ateu porque sua religião não lhe dá explicações necessárias. Se você quiser permanecer nela, estude profundamente sua teologia para aceita-la no seu coração ou então procure outra. “Tudo que teu coração e tua razão não aceita, não aceites".

Eu cometi este erro. Passei anos da minha vida vagando no espaço religioso em busca das minhas inquirições, por conta de uma discussão com um padre quando tinha 14 anos, dentro de um confessionário, pelo absurdo doutrinário que ouvi e que não vou nem comentar. Quando completei 18 anos, resolvi fazer um curso de teologia de dois anos, mas só aguentei seis meses. Mesmo com pouca idade, eu tinha plena convicção que aquele padre não estava no caminho certo.... Quando fui para a faculdade, costumava matar aulas para ler a suma teológica de Santo Thomas de Aquino e tentar não me sentir um peixe completamente fora d´água.

Tenho absoluta convicção, de que se tivesse tido explicações lógicas e satisfatórias, não teria desenvolvido minha profissão na área da música e do direito, e com certeza, teria optado pela vida sacerdotal. Tentei de todas as formas me reconciliar com a minha religião de origem “Católica Apostólica Romana”, mas foi impossível.

A teologia escolástica e clerical, nunca esteve afinada com meu ouvido musical absoluto. Seus dogmas não são fáceis de "digerir".  Depois que você estuda um pouco, e aprende a pensar, você entra num profundo descrédito e decepção. Como conseguiram permanecer no erro até hoje? (Considero um fato heroico). Será realmente que nunca perceberam?

Respeito profundamente a vocação sacerdotal. Uma criatura que opta pelo caminho sacerdotal abandonando os bens materiais e renunciando a vida sexual, inteiramente voltado às orações, se tornando útil a sociedade em que vive, arregaçando as mangas e trabalhando duramente, na construção de uma obra sincera, com amor desmedido pela criatura humana descomedidamente, é um ser digno do maior apreço de todos, pois independentemente da teologia que ele defende e professa, merece o nosso respeito pelo trabalho, dedicação e amor ao próximo.

O verdadeiro sacerdote da Ordem de Melquisedec, dentro ou fora de qualquer igreja, seja ela de qualquer natureza, é um idealista. Acredita na vida, em Deus, na família, em qualquer proposta séria que sirva para melhorar o caminho das pessoas, procurando andar de cabeça erguida como ser humano e profissional.

O sacerdócio não existe somente nas igrejas. Um artista dedicado, um cientista dedicado, um pai de família responsável e dedicado, todos são sacerdotes. Quem vive aquilo que faz, respirando sua profissão, com dignidade, honestidade e respeito, já nasceu batizado. Se quiser conferir, em qualquer religião, recebendo um segundo batismo não terá nada a perder.

É como reconhecer uma assinatura que já existe em qualquer cartório, pois na nossa visão espiritual, esse espírito já foi batizado milhares de vezes. Todos nós acertamos e erramos, errar é humano, reconhecer o erro é que é difícil.

O ser humano é muito vaidoso, se acha grande demais para pedir desculpas. Normalmente, é só sua razão e sua tese que devem prevalecer. A humildade vem com o amadurecimento e com o conhecimento da vida. Se todos fossem perfeitos, não estaríamos num planeta “de expiação e dor” e agora “regeneração”, como dizem os espíritas.

Procure uma religião que lhe dê respostas claras e objetivas para suas questões, que lhe ensine a criar e construir a sua felicidade alegre e confiante. A opção por religiões que exigem rituais para salvar sua alma, deve ficar sob observação. Se seus pais já tomaram as decisões por você, quando ainda era criança, e te batizaram nesta ou naquela religião, cumpriram a parte deles como educadores religiosos, e com certeza, foi o melhor que puderam lhe dar, na visão deles.

Em alguns casos, os pais também podem errar, mas sempre querem o melhor para seus filhos. Eles têm uma alta capacidade de perdão. Quando são atacados perdoam de coração, sofrem calados, procuram entender os “espasmos da juventude" e continuam orando para encontrarem o seu erro, normalmente reconhecendo a atitude que possa ter provocado tanta agressividade. Podem ou não, mudar o procedimento e o comportamento, e os que não reconhecem, continuam errando involuntariamente e não estão nem aí.

Os pais dificilmente podem errar. Os filhos não gostam de pais que erram. É muito mais difícil para os filhos perdoarem os pais, do que o contrário, mesmo quando eles estão errados, geralmente se mantêm arrogantes e não reconhecem suas falhas. Os pais precisam ter muita fé, amor e paciência.

Quando Jesus estava na cruz, ofegante, conseguiu dizer: “Pai perdoai, porque eles não sabem o que fazem”. Quem não passou por isto? Vocês já pensaram o que acontece com os pais mais velhos, indo a um culto religioso, depois de passarem uma vida inteira lutando, e ouvirem um pregador bradar forte: - “Cuidado com o demônio, ele está atrás de você, pague o seu dizimo! ”... Se esses mesmos pais, resolvessem mudar de culto religioso, poderiam ouvir: -  “Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa, portanto peço e rogo, etc.” ou:  - “Confessem seus pecados, se não sua alma será condenada ao fogo do inferno”...

Os líderes religiosos, não fazem distinção nestas interlocuções, se quem está presente é uma senhora de 90 anos, um senhor de 70, ou se entre eles, existem crianças ou jovens inteligentes, promissores, cheios de vida, alegres e que jamais tenham cometido erros graves. É muito constrangedor, olhar para a sua mãe, ao seu lado, reconhecendo toda a sua lisura e honestidade e vê-la inocentemente dizer segurando o terço, com a maior fé do mundo: - “Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa”.  (Meu Deus do céu! Onde estamos, culpa do que? De ter nascido, de ter gerado filhos e se sacrificado por eles?). Deus disse: - Crescei-vos e multiplicai-vos. Onde está o pecado?

Apesar de ter estudado quarenta anos, e ter lido não sei quantos livros, até hoje, não consegui entender e sentir essa história de pecado original. O que é pecado original? Você sabe? Então me explique e me convença. "Quando o padre me perguntou quais eram os meus pecados aos 14 anos, eu respondi sinceramente que não sabia, e lhe perguntei: o que o senhor quer dizer com pecado?"

Papai também teve uma vivência parecida com o padre: - “Senhor padre, toda minha vida lutei, trabalhei, criei, eduquei meus filhos, me dediquei inteiramente a família. Hoje estão realizados, são famosos, felizes, nunca matei, nunca roubei, como professor, ensinei muita gente de graça preparando-os para concursos. Onde pequei? Nunca bebi, mas gostava de um filé mignon e fumava meu cigarrinho.  Comer carne e fumar um cigarrinho é pecado? O senhor gosta de um filé? Já fumou? Quando disse isto, o padre o benzeu e olhou profundamente em seus olhos, apertou sua mão, com os olhos marejados, deu a comunhão, fez a sua prece e se retirou".

Existem muitas questões ocultas na religião para serem esclarecidas. Depois de quinze dias meu pai faleceu. Eu costumava ir na missa todos os domingos e comungar (Sou um religioso nato). Escapei de ser padre por pouco, porque se tivesse enveredado pelo sacerdócio, com certeza teria provocado muita confusão, criado muitos problemas para bispos e cardeais, só por conta da anematização dos ensinamentos de Orígenes.

Fui criado dentro da religião Católica Apostólica Romana. Sou devoto de São Judas Tadeu e frequento sua igreja no Jabaquara, em São Paulo, há trinta e cinco anos. Foi na igreja de São Judas, que cumpri todas as minhas obrigações com a Ordem de Melquesedeque, a quem sirvo há quatro décadas, como médium, sem interrupção.

Quando estou assistindo a missa, costumo sonhar como seria, se ao invés deles orarem pela ressurreição da carne, orassem ressurreição do CORPO ESPIRITUAL, e deixassem a carne quieta no túmulo em estado de putrefação. Que bom se estas pessoas que manifestam uma fé maravilhosa, acreditassem na transmigração da alma e na comunicação dos espíritos.

É uma pena que o V Concilio de Constantinopla II, anematizou o ensinamento de Orígenes, expurgando da doutrina cristã, os ensinamentos dos padres neoplatonistas como Plotino, Orígenes e Clementes de Alexandria. Na época, em 553 d.C., o imperador Romano Justiniano I, convocou o concílio irregularmente, com o apoio de um sínodo de bispos manobrados politicamente e sem o consentimento do Papa Virgílio que foi injustamente encarcerado.

Não seria possível nos tempos de hoje, a Congregação para Doutrina da Fé desconsiderar essa decisão, para que o cristianismo pudesse desenvolver um projeto futuro em direção a vontade de Jesus, a fim de que houvesse um só rebanho e um só pastor?

A igreja com sua força e quantidade de adeptos, poderia convocar um concilio ou um sínodo com os representantes de todas as religiões cristãs protestantes e ortodoxos e debaterem este assunto até chegarem a um consenso.

Com certeza esta decisão traria para a igreja uma corrente Holística de pensamento e resolveria inúmeras questões filosóficas. Esvaziaria o materialismo e daria um sentido mais lógico para justiça divina, integrando a reencarnação do espírito como um processo salvacionista e integracionista, colocando os seres vivos como parte energética do processo evolutivo dentro da sociedade, do planeta e do universo, que conforme já foi provado cientificamente, vive em constante expansão.

Com o propósito de colaborar, transcrevo abaixo, o texto da anematização em Latim, já que estamos revendo as tradições antigas. O Papa Francisco bem que poderia entrar para a história como “o Papa Reformador”.

Queremos colaborar.
 
  "SI QUIS DICIT, AUT SENTIT PROEXISTERE HOMINUM ANIMAS, UTPOTE QUAE ANTEA MENTESFUERINT ET SANCTAE, SATIETATEMQUE CEPISSE DIVINAE CONTEMPLATIONIS, E IN DETERIUS CONVERSAS ESSES; ATQUE IDEIRCO APOFIXESTAI ID EST REFRIGISSE A DEI CHARITATE, ET IND FIXAS GRAECE, ID EST, ANIMAS ESSE NUNCUPATAS, DEMISSAQUE ESSE IN CORPORA SUPLICII CAUSA: ANATHEMA"

  TRADUÇÃO:

  "SE ALGUEM DIZ OU SUSTENTA QUE AS ALMAS HUMANAS PREEXISTIRAM NA CONDIÇÃO DE INTELIGÊNCIAS E DE SANTOS PODERES; QUE, TENDO SE ENOJADO DA CONTEMPLAÇÃO DIVINA, TENDO SE CORROMPIDO E, ATRAVES DISSO, TENDO SE ARREFECIDO NO AMOR A DEUS, ELAS FORAM, POR ESTA RAZÃO CHAMADAS DE ALMAS E, PARA SEU CASTIGO, MERGULHADAS EM CORPOS, QUE ELE SEJA ANATEMATIZADO"


  Anexos estamos passando uma bibliografia que pode ser consultada sobre transmigração da alma para quem quiser se aprofundar.

  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

  ANDRADE, H.G. Você e a reencarnação. Bauru-SP: CEAC, 2002

  ANDRADE, J. O espiritismo e as igrejas reformadas, Salvador: SEDA, 1997.

  BOEHNER, P. E GILSON, E. História da filosofia Cristã. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

  CAJAZEIRAS, F. Elementos de teologia espirita, Capivari SP: EME, 2002.

  CHAVES, J. R. A reencarnação na biblia e na ciência, SP: EBM, 2006.

  DENIS, L. Cristianismo e Espiritismo, RJ: FEB,1987

 O problema do Ser, do destino e da dor, RJ: FEB, 1989.

  KERSTEN, H. Jesus viveu na Índia, SP: Bester Seller, 1988.

  MELLO, F. G. Reencontro Cristão: reflexões para o cristianismo do terceiro milênio, RJ: DP&A, 1997.

  PROPHET, E. C. Reencarnação - o elo perdido do cristianismo, RJ: NOVA ERA, 1999.

  REALE, G E ANTISERI, D. História da filosofia, vol I, SP: PAULUS, 1990.
 

  RUSSEL, E. W, Reencarnação - O mistério do Homem, RJ: ARTENOVA, 1972.

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